sábado, 27 de julho de 2013

A Arte de Ler Livros - “How to Read a Book” de Mortimer J. Adler e Charles Van Doren.



Um clássico das Artes Liberais, grande êxito editoral que sobrevive como tal desde a década de 40 quando do seu lançamento . Em língua portuguesa  recebeu o nome de "A arte de ler". Mortimer e Charles nos ensinam a valiosa técnica da boa e produtiva leitura. De acordo com os professores, devemos conceber quatro níveis bem distintos em que a prática desta arte deve se desenvolver:

1) Nível elementar
2) Nível inspecional (ou skimming)
3) Nível analítico
4) Nível sintópico

O Nível Elementar consiste em aprender a decodificar símbolos gráficos em símbolos fonéticos. É a habilidade que adquirimos a partir do jardim de infância e desenvolvemos ao longo do ensino fundamental. Ele é a base da leitura, e dele não há muito que dizer.

O Nível Inspecional tem o objetivo de descobrir se um livro merece uma leitura mais detalhada. Nesse nível de leitura, aconselham Adler e Doren, não se deve ter medo de parecer superficial, pois é assim que devemos ler: superficialmente. Não devemos tentar entender cada palavra ou idéia. Um segunda leitura esclarecerá tudo. Não devemos gastar muito tempo. Ela deve ser rápida. Devemos seguir os seguintes passos:

1) Observar o título do livro e o prefácio
2) Estudar a tabela de conteúdo
3) Verificar o índice
4) Ler a publicação editorial
5) Dar uma olhada nos capítulos que parecem centrais ao argumento do livro
6) Ir folheando as páginas, dando uma “bicada” aqui e ali, lendo um parágrafo ou dois, às vezes várias páginas em sequência, não mais que isso.

Regra importante: Ao ler um livro difícil, nunca pare para entender o que você não entende imediatamente.

A leitura deve ser sempre ativa. Muitos têm a ideia de que a leitura é uma atividade “passiva”, isso é, que a leitura é “receber” informações. Nada mais longe da verdade. A leitura deve ser encarada como uma atividade “ativa”. É um diálogo, é conversar com o autor, fazer perguntas e buscar respostas.

O leitor, para ser exigente, deve fazer sempre as seguintes perguntas a qualquer livro:
1) Do que esse livro trata, no geral?
2) O que está sendo dito em detalhe, e como?
3) Esse livro é verdadeiro, no todo ou em parte?
4) Se sim, e agora? O que vem disso?

O leitor deve fazer também com que um livro seja sempre seu. Um livro não é nosso apenas se o compramos na livraria. Para fazer um livro ser seu, os seguintes passos devem ser observados:

1) Sublinhar
2) Fazer linhas verticais na margem
3) Fazer estrelas ou asteriscos nas margens
4) Fazer números nas margens (sequência de colocações do autor no argumento)
5) Números de outras páginas na margem (referência cruzada)
6) Circular palavras-chave ou frases
7) Escrever perguntas na margem

Nível Analítico.
1) Saiba que tipo de livro você está lendo, de preferência antes de começar a leitura
2) Sintetize a unidade de todo o livro em uma única frase, ou no máximo em algumas poucas (um pequeno parágrafo)
3) Identifique as partes principais do livro, e mostre como elas estão organizadas no todo, sendo ordenadas umas às outras entre si e à unidade no todo
4) Defina o(s) problema(s) que o autor está tentando resolver
5) Encontre as palavras importantes e tenha certeza de que você e o autor entendem a mesma coisa por elas
6) Marque as frases mais importantes em um livro e descubra as proposições que elas contêm (frases contêm proposições, não se esqueça disso)
7) Conheça os argumentos do autor, encontrando-os ou construindo-os através de sequências de frases
8) Determine quais problemas o autor resolveu e quais não, e para esses últimos, decida quais o autor sabia que falhou em resolvê-los
9) Você deve dizer, com razoável segurança, “Eu entendo”, antes que possa dizer coisas como: “Eu concordo”, “Eu discordo” ou “Eu suspendo julgamento”
10) Não discorde de forma contenciosa ou apenas por disputar
11) Demonstre que você reconhece a diferença entre conhecimento e mera opinião pessoal apresentando boas razões para qualquer julgamento crítico que fizer

12) Mostre onde o autor está desinformado

13) Mostre onde o autor está mal-informado
14) Mostre onde o autor está sendo ilógico
15) Mostre onde a análise do autor ou seu relato é incompleto.



Nível Sintópico, é o mais avançado nível da leitura. Nele o leitor vai firmar um acordo comum entre vários autores sobre um tema específico. É uma etapa fundamental para estudantes de nível superior, exige comparação e confronto de ideias e conceitos e, a partir disso, o leitor desenvolve uma análise que não está em nenhum dos livros lidos.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Convite à Filosofia e à História da Filosofia

Convite à Filosofia e à História da Filosofia - Mário Ferreira dos Santos



Em suas longas e demoradas especulações através dos séculos, tem o homem constantemente perguntado. E as respostas às magnas e mais importantes perguntas levaram-no a formular outras que se algumas vezes satisfizeram a alguns, não satisfizeram a todos e, por sua vez, provocaram novas perguntas.

Perguntou o homem sobre si mesmo: Quem sou? De onde vim? A Antropologiaprocura responder-lhe essa pergunta. E a Cosmologia, que estuda a ordem do cosmos, procura responder-lhe sobre a origem deste, de onde veio, qual o primeiro princípio. E vem a Teologia, ciências das coisas divinas, para discutir as razões e motivos a favor ou a desfavor da crença de Deus, o ser criador.

E se Deus existe, porque o Bem e o Mal? Por que não é diferente o mundo? E dessas perguntas, outra disciplina, a Teodicéia (de Theos, Deus, e dikê, justiça em grego) é a quem cabe responder se há ou não justiça no mundo.

E como sabemos? E vem a Gnosiologia para explicar-nos o conhecimento. Como se dá o saber culto? E eis a Epistemologia que estuda o saber das diversas ciências.
E como formou o homem a sua inteligência? E eis a Psicogênese, que lhe ensinará e discutirá os problemas referentes à formação do psiquismo humano. E sobre esse espírito criador surge outra disciplina, a Noogênese, que estuda a gênese do nous, o espírito, e, finalmente, a Noologia, a ciência do espírito.

E como funciona esse psiquismo? E eis a Psicologia, que se encarrega de propor respostas às perguntas formuladas aqui.

Mas, significam as coisas algo, dizem mais do que o fenomênico? E eis a Simbólica, que examina as significações das coisas.

E há algo mais oculto, que possamos penetrar mais profundamente? E eis a Mística, que quer responder a essas perguntas.

E as coisas são belas, apresentam em si mesmas algo que lhes dê outro valor. E então é a Estética que estudará esse ponto.

E o transcendente? Poderemos alcançar o que está além de nós, além da nossa experiência? E eis a Metafísica Geral, a Ontologia, para responder-lhe a tais perguntas.

E como se dão os fatos no Universo? E temos a Ciência, que procura explicar o nexo do acontecer dentro de si, nas coisas experimetáveis.

E como medir os fatos e contá-los? E surge a Matemática.

E como compreender o homem em suas relações com os outros? E a Ética, a Moral, o Direito, a História e a Sociologia propõem-lhes respostas.

E como compreender o nexo dos pensamentos e usá-los da melhor maneira para atingir uma iluminação, que nos mostre mais nitidamente os fatos? E eis a Lógica e a Dialética.

E como explicar tudo isso, dar o nexo a tudo, juntar todo conhecimento humano e analisá-lo em um grande corpo, em um grande saber, que seja o saber de tudo, que seja o saber dos saberes, e eis a Filosofia.

𝐍𝐨𝐧 𝐇𝐚𝐛𝐞𝐦𝐮𝐬 𝐏𝐚𝐩𝐚𝐦!

"Nada aprendem e nada esquecem... "  Tanto a História como obras dessa índole ☝  são testemunhas e provas de que desde 31 de Outub...